Há uns dias idos (conformada pela dor aguda na minha mão direita), disse aos meus botões e gentio nos arredores: vou entrar em tempo de fazer nada. Pôr as tesouras e as agulhas na caixa da costura, na gaveta os livros e o computador, na ordem o sono e as conversas: voltar a apreciar a viragem dos ponteiros sem sentir aquela vontade de acabar um bicho de pano, um conto já começado ou uma leitura em falta. O primeiro dia soube a qualquer coisa muito doce, o segundo a qualquer coisa muito mansa, o terceiro a qualquer coisa muito ordenada, o quarto... a qualquer coisa mais vazia. Mais, um punhado de tecidos novos (a serem reaproveitados) chegados aos meus dedos. Respirei fundo, abri a caixa da costura muito devagar e eis que três coelhos começam a alinhavar-se.
Mais do que ter tempo para fazer nada, é preciso tempo para fazer tudo.
Retrato: aquilo que virá a ser um macio coelho de pano (em breve na loja).
05 abril, 2010
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