Ainda prisioneira da promessa na mudança para 2009 para ser ainda mais fiel aos meus feitios e dizeres (num ensaio ridículo de reduzir a hipocrisia mundial), tenho de confessar que, apesar das muitas gravidades que se podem ver neste nosso planeta, a ideia duma nova translação em torno do SOL traz-me um encantamento efervescente. Sim, é apenas um número, uma outra rodagem no carrossel planetário, mas gosto de encarar esta passagem como uma nova oportunidade, um separador ou um arquivo, o momento ou a metamorfose. Numa espiral irrealista de vontades e esperança, embrenho-me para 2010 com bem-querer e deslumbramento. Na última gaveta da minha cómoda de pensamentos, tranco as más memórias, os mais amargos prenúncios, o medo da morte, a revolta perante a violência e a indiferença, a piedade afiada pelos animais abandonados, a dor silenciosa por todos os que, nesta vida, ao acaso, ou brotaram num lugar de guerras ou de fome e miséria (sejam elas de que natureza for).
Para todos estes, que venha um ano com mais CONFORTO.
Para o nosso planeta, um novo ano de maior CUIDADO.
A mim, basta-me poder respirar num lugar muito meu de criaturas e estórias, junto daqueles que ainda me ouvem e estimam. Parece pouco, mas é muito. Parece simples, mas é egoísmo.
30 dezembro, 2009
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