29 dezembro, 2009

o efeito análgésico do natal e novo ano

Ouvia ontem na rádio um psiquiatra (ou ofício que o valha) sobre a gravidade da ressaca do natal e ano novo. Fico muito entusiasmada com a criatividade humana e a possibilidade de se inventarem novos conceitos, novos mundos, novas loucuras. Mas o que o senhor das mentes menos formatadas ia explicando com uma serenidade enervante fez-me algum sentido. E ainda bem. O encantamento destes últimos dias do ano faz-nos sorrir ao mais amargo chefe, fechar a gaveta dos nossos bonecos voodu de grande estima e embrenhar pelas ruas com luzinhas e saldos a chamarem por nós, delicadamente (num sussurro subtilmente magnético). Saltamos os troncos derrubados pelas tempestades de inverno, despimos as roupas diante dum frio mais agreste vindo da incerteza climatérica global e trabalhamos com um afinco que até os frenéticos chineses podem invejar. Depois, é janeiro. De um novo ano. E, ao contrário do esperado (e documentado no momento maior das 12 passas), voltamos ao nosso mundo... normal.
Porquê?
Talvez dê jeito. Afinal, andar sempre feliz também cansa.

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