Depois das primeiras aulas de filosofia com o professor de óculos redondos, ainda as raparigas de peito liso e os rapazes sem penugem na barba, pouco se pode comparar às asas voadoras que a expressão "depende da perspectiva" me puseram no corpo. Acabaram-se os conflitos entre bocas e até já podíamos responder às ditaduras afectivas dos pais. Sentia-me um pequeno génio em ascensão, aos tropeços nos meus erros, sim, mas sem dar grande valor à pequenez do ser humano diante da grandeza do conhecimento (e desconhecimento também). Afinal, "tudo depende da perspectiva". Com o tempo, tem-me desencantado o escape intelectualizado da expressão, com tanto de subtileza como de letargia. Já não me parece a solução brilhante para a harmonia no mundo, mas um obstáculo no movimento criativo da minha mente. Ousemos mais, então. Novos formatos de leitura, novas ferramentas de mudança. Não basta nos encolhermos na viabilidade das muitas perspectivas, mas pormos os pés na terra para ir adiante de mãos dadas.
06 janeiro, 2010
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