18 dezembro, 2010
inventar tempo
Depois de ter decidido embrenhar-me novamente no ensino formal (mestrado em Mediação Cultural), preciso de inventar tempo. Mas o tempo não se inventa nem se compra, gasta-se. Sentados no seu banco corrido, os bichos vão ter de esperar. Mas quase todas as semanas me sento na cama, encosto a caixa de madeira com rodas onde os guardo e adormeço cada um no meu colo. Definitivamente, amor por coisas de pano.
à(s)
19:08

16 dezembro, 2010
tinha por nome Gaspar

Retrato: o doce doce Gaspar.
à(s)
21:48

31 outubro, 2010
com Alma Viva
Os bichos doutrolugar estão agora numa visita à cidade do Porto, na loja tão aconchegante de produtos artesanais com nome quase lírico: Alma Viva, na Praça D. Filipa Lencastre 49.
à(s)
11:51

25 outubro, 2010
o urso azul

Retrato: urso azul, feito à mão com materiais reaproveitados.
à(s)
21:18

28 setembro, 2010
e mais um gato bichaneiro

Retrato: nos olhos dum gato na beira interior.
à(s)
21:07

27 setembro, 2010
onde o tempo deixou de ser contado

Retrato: cruzes postas ao alto duma porta, dizem para afastar a trovoada, em Piódão.
à(s)
20:27

21 setembro, 2010
na palma da mão

Retrato: mais um encontro com objectos do passado.
à(s)
11:15

04 setembro, 2010
o ninho escangalhado
Andamos com caixas, poeiras e memórias de um canto para outro. Uma casa antiga que agora tem novos donos, uma casa provisória que nunca chegará a chamar-se casa e a casa propriamente dita em delicadas obras. Nisto, também sem tecidos para fazer um bicho de pano. Ou um lugar onde possa entender os meus carrinhos de linhas, o dedal e as agulhas, as tesouras, o giz e os lápis de cor. É um bom momento para procura e encanto: tecidos esquecidos nas prateleiras, botões guardados ainda depois da viragem do século, sobras de linhas onde o pó gosta de pousar. Fico tão inteira quando docemente me oferecem caixas com cheiro a tempo ido.
à(s)
12:13

21 agosto, 2010
o feitiço dos gatos

Retrato: dois gatos sem dono numa rua qualquer da cidade.
à(s)
20:53

20 agosto, 2010
viana é amor

Se o meu sangue não me engana
como engana a fantasia
havemos de ir a Viana
ó meu amor de algum dia
ó meu amor de algum dia
havemos de ir a Viana
se o meu sangue não me engana
havemos de ir a Viana.
Pedro Homem de Mello, Alain Oulman
Retrato: gigantones na praça da república.
à(s)
21:28

08 agosto, 2010
bichos na rua

Retrato: a nossa montra na feira de artesanato da rua galeria de paris e o meu olhar sobrevivente num dia quase tão quente como um grande amor.
à(s)
11:24

04 agosto, 2010
o sapo da Li*

Retrato: ensaio sapiesco com tecidos reaproveitados.
à(s)
19:12

02 agosto, 2010
a olhar das nuvens

Retrato: Floreana numas mãos levantadas.
à(s)
15:30

01 agosto, 2010
artesanato na galeria de paris, Porto

Mais informações sobre a feira aqui.
Retrato: cartaz da próxima feira de artesanato na rua galeria de paris, Porto, sábado 7 de agosto '10.
à(s)
12:48

31 julho, 2010
ainda antes de mim

Retrato: um prato que estava num caixote pronto a ser levado para o lixo (encantaram-me os tons suaves entre o azul e o violeta) e o livro que tem mais de 40 anos.
à(s)
20:37

21 julho, 2010
vindo d'outro lugar

Digo sempre que será o último bicho de pano antes do outono, tempo em que aprecio muito estar embrulhada no sofá a costurar com os dedos e a boca, mas apetece-me mais um assim ou assim. Fico encantada depois, com o último no colo. E depois o novo último. E o novo novo último. Agora, prometi às minhas mãos que o coelho pirata seria uma vírgula e que vou dedicar mais tempo aos bichos de pêlo verdadeiro e aos sobrinhos e aos amigos. O verão é mais doce assim: com muito temmmmmpo.
Retrato: coelho com perna de pau.
à(s)
20:34

09 julho, 2010
a vergonha e a inveja

Retrato: esboço dum quase rapaz com boina de bolota.
à(s)
18:46

08 julho, 2010
a doutrolugar na loja Es_Passo

Retrato: mão etiqueta.
à(s)
12:25

24 junho, 2010
uma noite mais branca

Retrato: um dos nossos gatos bebés num encontro casual com um dos nossos gatos bichaneiros.
à(s)
09:52

23 junho, 2010
depois das cinzas

Retrato: flor de orquídea depois dum tempo comprido sem cor e duma experiência amarga com um senhor bonsai.
à(s)
18:49

20 junho, 2010
o colo é um lugar doce

Retrato: mademoiselle Purpurina no colo depois dos últimos detalhes.
à(s)
14:00

16 junho, 2010
a fazer mais macacos

Parece-me que o nosso amor por eles é MUITO maior do que imaginamos.
à(s)
00:55

13 junho, 2010
garotas e rapazotes de bigode

Retrato: as crias da Violeta no segundo dia de exploração do mundo lá fora (confesso que, até hoje, ainda me parecem todos hermafroditas, portanto, precisamos de mais alguns dias para dizer se menina ou menino).
à(s)
23:39

07 junho, 2010
um quotidiano de pormenores

Retrato: pormenor de Gaudí na casa de Batlló, Barcelona.
à(s)
10:08

02 junho, 2010
o fio umbilical de todos

Amanhã vou dar um pulo a Barcelona, renovar alguns sentidos e pulsações. Ainda engendrei levar no bolso um dos coelhos espertos ou a Umblina, o primeiro ensaio simiesco, mas vou esforçar-me por cortar algumas das raízes que teimam atar-me a um único lugar. Aqui. Para não falar da bicha de quatro patas, que fica na casa dos pais. Como tem um peso superior ao exigido só poderia viajar no porão (para já, uma hipótese riscada). E, por este gosto pelo cruzamento de interioridades entre gente de outros lugares, fizemos uns acertos na nossa loja virtual e tem agora segunda língua. Para breve, mais um ou outro coelho, um ou outro símio e, GAHHARRA-GGARR, um PIRATA. Com perna de pau.
Retrato: uma parede vinda do studio VIOLET, o ninho criativo de Camilla Engman e Elisabeth Dunker.
à(s)
20:38

22 maio, 2010
o muffin e a dentada do gato

> 1 chávena de flocos de aveia para cozinha rápida
> 1 chávena e meia de farinha (branca ou integral ou mistura)
> meia chávena de açúcar amarelo
> 1 colher de sopa de fermento
> meia chávena de cenoura raspada
> um quarto de chávena de laranja raspada
> sal a gosto
> 2 ovos
> 1 chávena de leite com 1 colher de sopa de sumo de limão
Misturar os ingredientes secos, depois juntar os ovos e, por fim, o leite com o limão. Sem maquinaria, mexer durante pouco mais de meio minuto com uma colher de pau até ficar uma massa simpaticamente homogénea. Juntar passas, nozes, canela, alperce ou ameixas secas, se a gosto. Levar ao forno em 180 graus durante 30 minutos. Prontos a serem dentados. Ah, reservar em local onde bichos de pano não consigam chegar. Aviso: os daqui ADORAM.
Retrato: o gato de pano e um queque caseiro bem dentado.
à(s)
11:54

20 maio, 2010
a magia do sapal
Retrato: um canavial junto ao rio Lima.
à(s)
15:20

16 maio, 2010
o ensaio simiesco

Retrato: a quase Umblina, também com reaproveitamento.
à(s)
23:45

14 maio, 2010
13 maio, 2010
a vida que mais quis

Retrato: a coelha Rosa Celeste com uma flor-botão.
à(s)
23:34

06 maio, 2010
falar pretamente

Retrato: a coelha Maria Preta, em breve na nossa quase montra.
à(s)
20:03

04 maio, 2010
alguém disse dos gatos e coelhos

Retrato: dois bichos de pano numa amizade sem as fronteiras do preconceito.
à(s)
12:03

03 maio, 2010
aos saltos pelo chão da casa

Retrato: um dos coelhos de pano, para breve numa feira de artesanato.
à(s)
15:08

29 abril, 2010
adiante pelos caminhos

Retrato: esta língua de terra deve levar a um lugar tão secreto da floresta.
à(s)
20:48

19 abril, 2010
uma mão de coelhos e o gato
Retrato: bichos em andamento na mecânica tão doce da sua feitura.
à(s)
11:04

13 abril, 2010
num bosque tão mágico

Coelhos de pano saltitam nos meus braços (também um gato, aparecido por acaso), em breve na montra desta quase loja.
Retrato: o encanto dum cogumelo nas lagoas daqui.
à(s)
23:10

12 abril, 2010
quase gosto da vida que tenho

Retrato: árvores abraçadas por heras num bosque qualquer.
à(s)
18:48

05 abril, 2010
o tempo para fazer nada ou o tempo para fazer tudo
Mais do que ter tempo para fazer nada, é preciso tempo para fazer tudo.
Retrato: aquilo que virá a ser um macio coelho de pano (em breve na loja).
à(s)
13:40

03 abril, 2010
o remédio do riso num dia de chuva
É um sopro leve que vem depois da gargalhada tão simples. Razão? Ter dito uma palavra num formato tão distorcido que dá vergonha. Depois de um dia de chuva na gaiola confortável de nome CASA, um punhado de segundos com efeitos curativos.
Novidades: mais uns bichos de pano pensados, ainda no meu comprido bolso (em breve aos pulos pelo chão da loja).
Novidades: mais uns bichos de pano pensados, ainda no meu comprido bolso (em breve aos pulos pelo chão da loja).
à(s)
00:09

28 março, 2010
a poesia das mãos
Retrato: duas borboletas em papel reaproveitado num primeiro ensaio da arte das dobragens
à(s)
11:53

20 março, 2010
o amor num formato natural
Retrato: batata em modos de coração
à(s)
16:39

18 março, 2010
a grandeza da nossa casa

Retrato: casa de pássaro reaproveitada da esprit cabane
à(s)
14:43

11 março, 2010
a resistência da boa amizade

Retrato: o abraço sentido entre o boneco de pau ainda sem nome e um gato bichaneiro chamado Gaspar Hortelã (disponível na loja).
à(s)
21:53

10 março, 2010
a língua é um lugar estranho
A língua pode sentir sabores, apalpar texturas, lamber rostos, humedecer linhas, beijar bocas, dizer todas as palavras que flutuam no mundo. É aqui que se levanta o amargo mais vil, quando a língua de alguém se desprende em indelicadezas. É tão possível falarmos entre tantos com a cortesia que só usamos de vez em quando, é tão reconfortante falarmos entre tantos sem muros nem espinhos. Gosto das utopias porque me amansam a alma, como a Alice do País das Maravilhas que acredita em seis coisas impossíveis antes do pequeno-almoço (como sublinho esta proposta imaginária). Mas se há uma utopia pela qual poderei vir a cegar-me como crente devota é que a maior parte do universo humano (e, sim, inclui a felicidade, o amor e a amizade) está inteiramente ligada ao formato da nossa língua (leia-se sensatez no falar).
Antes de se falar, que se escute. Antes de se dizer, que se pondere. Na vez de acusarmos de que não gostamos disto, por que não explicar que gostamos mais daquilo?
Antes de se falar, que se escute. Antes de se dizer, que se pondere. Na vez de acusarmos de que não gostamos disto, por que não explicar que gostamos mais daquilo?
à(s)
23:15

06 março, 2010
o quase bicho cor de rosa
Ando a experimentar novos formatos. Todos me encantam, num amor de criança. Por mim, pespontaria uma floresta de pano.
Retrato: o primeiro bicho rosa da doutrolugar, em breve disponível na loja.
à(s)
13:26

05 março, 2010
o aroma da primavera
Aproveito para agradecer a simpatia da dona senhora mãe que há dias me entregou um último pacote de novelos de linhas que, doutra forma, seriam desperdício. Mais um pequena empresa que fechou as portas. Que haja vontade e oportunidade de florescer de novo.
Retrato: primeiro coelho da doutrolugar, disponível numa loja encantadora, Design com Texto.
à(s)
17:33

03 março, 2010
o doce humor da natureza
Retrato: fruto com traço de alegria.
à(s)
16:11

26 fevereiro, 2010
os contornos da vida
Hoje acordamos de sorriso comprido, depois estranhamente os olhos se curvam tristes. No dia seguinte revoltados ou sensíveis, delicadamente emotivos e desesperançados. Apaixonados, ditadores, ridículos. Com vontade de inovar, com vontade de desaparecer, sem vontade.
Há um lugar onde me sinto quase sempre bem: no meu sofá, a alinhavar panos antigos e a pontear caras de bichos que, quando já feitos, embalo no colo. Sempre que um se tem inteiro, tomo-o nos braços. Amanhã pode ir de viagem para um novo dono e não quero que vá sem o meu abraço.
Poderia ser sempre assim, na vida, não importam os contornos e enchimentos. Deveria sempre haver tempo para o embalo.
Há um lugar onde me sinto quase sempre bem: no meu sofá, a alinhavar panos antigos e a pontear caras de bichos que, quando já feitos, embalo no colo. Sempre que um se tem inteiro, tomo-o nos braços. Amanhã pode ir de viagem para um novo dono e não quero que vá sem o meu abraço.
Poderia ser sempre assim, na vida, não importam os contornos e enchimentos. Deveria sempre haver tempo para o embalo.
à(s)
21:33

14 fevereiro, 2010
a simpleza do amor
Mais gatos e raposas a serem alinhavos. Em breve, saberemos o nome.
Retrato: ensaio dum chá universal do amor
(usado para tingir o algodão branco dos meus bichos costurados pelos dedos, chá preto e baunilha).
à(s)
13:28

11 fevereiro, 2010
o defeito horizontal do pensamento

Retrato: um bicho asado com vontade de ir tão longe.
à(s)
22:42

28 janeiro, 2010
os dentes afiados do amor

Pode também ser os dedos picados das agulhas e, mesmo assim, ter uma vontade esganada por ver o bicho abrilhantado na prateleira dos FEITOS.
Retrato: o meu primeiro lobo de pano reaproveitado, Manso Anoitecido, já apalavrado para o dia de são valentim duma menina mulher.
à(s)
22:36

24 janeiro, 2010
eis a mademoiselle Julieta Lua
à(s)
17:18

23 janeiro, 2010
a quase raposa

Em pulgas para tê-la em mãos, corpo feito e vestido aprumado.
Talvez amanhã. Ou ainda hoje, se o tempo vier comprido.
à(s)
17:12

22 janeiro, 2010
bocados de terra por toda a parte
Obrigada, C.
Há bocados da nossa terra por toda a parte...
Retrato: sabonete Viana muito perfumado, comercializado entre 1930-1960, reeditado fielmente em 2008 para a loja A Vida Portuguesa | desde sempre.
à(s)
12:40

21 janeiro, 2010
a viagem da Pimenta Parda
A Pimenta Parda é também uma felina, mas vinda de panos e outras coisas reaproveitadas e recicladas. Criatura razoavelmente mansa, mas com o traço arisco de qualquer bicho viajante. Tem lavanda no corpo, pode cheirar-se enquanto a temos nos braços. A Pimenta Parda vai a caminho duma terra com litoral, gente e amor. Encontrará outros bichos, outras mãos. Mas na oficina fica metade do coração. Obrigada, F.
Retrato: o princípio da sua viagem numa caixa de cartão confortável, reutilizável e reciclável.
à(s)
01:49

Subscrever:
Mensagens (Atom)